O ser humano repugna-me mais do que me atrai. E a verdade é que tenho vindo a desenvolver aversão a certos locais e principalmente a pessoas…
Como nas viagens de autocarros…somos verdadeiros animais…
Desde ser albarroada pelo pessoa do banco da frente até ter de ouvir adolescentes ao telefone com vozes estridentes que pensam que estão sozinhas num espaço de 5 km, em vez de terem consciência que estão num espaço fechado, com pessoas que podem não tolerar muito bem o barulho. E pior que isso, é haver alguém que ainda consegue falar mais alto logo a seguir. A “picuinhez” de querer ir no lugar marcado, A discussão que isso gera…Cabem todos, qual é o drama….percebo que certas regras tenham de ser obedecidas, mas minha gente….tanto faz…ir num lugar ou no outro, principalmente quando nem sequer se escolheu.
E a badalhoquíssimo de ter de ouvir um corta unhas, como me repugna…
Preferia ser cega, surda e muda, não ter de ver, nem ouvir, para nao ter sequer de falar...
Não sabemos viver com os outros. E o mais difícil de tudo é conseguir introduzir algum senso cívico na cabeça de outra pessoa. Eu pelo menos não consigo. E já tentei de tudo…
Fazemos o culto dos mortos, somos orgulhosamente urbanos e porcos. Comemos como se não houvesse amanha, e como me faz impressão, a pressa, a cegueira, a estupidez de querermos ser os primeiros em tudo…é um vicio detestável.
Devia recusar-me a viver num mundo que não percebe, mas não tenho alternativa. As vezes imagino as cidades desertas, sem carros, sem pessoas a percorrer as ruas, com pressa de chegar, a levar tudo e todos a frente…às vezes imagino-me a caminhar sozinha nessas ruas, sem cães vadios esfomeados, sem gatos atropelados, sem ter de esperar nas passadeiras que alguém se digne a parar, cidades completamente vazias de movimento, só eu, a caminhar….
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