Sunday, December 23, 2007

Poluição Visual

A expressão com que me apraz começar é mesmo: Epa! É que é sempre a mesma coisa, se não pior, todos os anos! Todos as épocas festivas do Natal as pessoas iluminam as suas casas, como se não houvesse amanha e a conta da electricidade fosse mais barata no mês de Dezembro….o que não me parece que seja!
Todos os anos eu e acredito que milhares de pessoas por todo Portugal, que conduzem descansadamente pela estrada fora, têm de se deparar com luzes fluorescentes de todas as cores e feitios que parecem fazer um contorno colorido das casas que iluminam. Eu não sei, mas acho que isso é no mínimo um exagero. É que o vizinho parece que quer ter sempre mais iluminação que nós, como quem diz: “Eu tenho mais que tu, toma toma!” E o outro vizinho diz para a mulher: “Já viste as luzes dele, como é que ele consegue, pah?!”
É que se fosse para ficarem as casas mais bonitas, ainda se compreendia, mas não… Não fica bonito meus amigos, e é um perigo para a saúde pública porque se trata de poluição visual…Uma pessoa que vá a conduzir na estrada não sabe se aquilo é um tunning que vem na nossa de direcção, se um ovni que vem para nos raptar…principalmente pessoas com miopia, que é o meu caso. E além do mais, é bem capaz de distrair uma pessoa….porque em vez de olhar para a estrada fica encadeada com as luzes de natal….Eu até acho que isso contribui para o acréscimo de acidentes rodoviários que existe nesta altura. Acho que deviam rever a sério os vossos conceitos de estética sobre os enfeites de natal antes de começarem a disparar luzes em toda a direcção nas casas…É só um conselho de Natal…
Algumas pessoas magoam-nos onde sabemos que regenera. Onde eu sei que com o tempo vou voltar a ser a mesma. Mas tu magoas onde sei que os danos são para toda a vida. E quando eu me fecho, não me consigo voltar a abrir. São muitos compartimentos. São demais, todos em cima de mim a fazer pressão.
Hoje acordei com uma sensação de preenchimento total. Faltava tudo mas eu não o sentia porque sabia que pelo menos, durante o período de tempo que estivesses comigo não fazia sentido pensar em vazio. Mas adormeci com a maior dor de todos os tempos. A de não saber o que é que existe de errado entre nós. E é isso que me faz mergulhar na sombra.

Wednesday, December 19, 2007

Tuesday, December 18, 2007


As melhores coisas da vida apanham-se enquanto ainda estão no ar. Só quando caem é que percebemos que não eram nossas...

You don´t know me



O amor vai e vem. É um vendaval. É banalizado, é um estendal de roupa interior. Mostra a nossa intimidade sem qualquer pudor. Mas nunca mostra o que lá vai dentro. Somos capazes de nos entregarmos a outra pessoa sem no entanto nos revelarmos por inteiro. Ficam metades, espacinhos em branco. Fragmentos fragmentados, pequenas partes abertas, pequenos buracos negros. Metades que para alem de serem metades são incompletas, metades de metades. Somos em vários momentos metades de nós mesmos. Não temos alvos fixos de amor, temos muitos alvos, quando um está esgotado partimos para outro. É um rodopio de tanto girar. Precisamos de contacto, de um puro e simples toque para nos sentirmos vivos novamente. E de vez enquando recorremos a ele para nos libertar de toda a poeira do ar, de todo tédio instalado.
E a vida é uma volta, não tem volta a dar!

Monday, December 10, 2007

...

O que se passa comigo? onde é que me estou a meter? Se fiz o que considero certo, porque é que sinto um vazio enorme? É essa a sensação que fica quando deixamos um destino para trás? Que parte de mim ficou pelo caminho? E o que é que eu faço com os destroços que ficaram? wHERE DID I PUT THE REST OF ME?

Sunday, November 25, 2007

Às vezes era bom que me ajudasses a compreender esse teu silêncio. Tudo o que vai para além do básico é como se te esvaziasse a alma...
Queres parecer intocável, impenetrável, misterioso, mas nao és...tudo o que é essencial está visivel.
Não tens sentimentos pelas pessoas ou és assim só para mim?
Devo dizer que se é só para mim, fico comovida com o esforço... um esforço exige sempre alguma vontade, e isso é melhor que vontade nenhuma.
Certas coisas nao se podem arrastar para sempre, fazendo de conta que nao existem, que nunca existiram...
Mas sabes uma coisa?!...Não pode existir algo se nao exisitrem duas pessoas a pensar que essa coisa existe...uma só nao é suficiente...
Nao me meto mais com pessoas que tem passados por resolver...Cansei-me de o fazer antes de chegar a ti!
"Diz-se que nao ha nada pior que a dor, mas há. A dor mais uma cara de estúpida.
Já passei, adeus, nao me tens mais!"

Wednesday, October 17, 2007

Tuesday, August 21, 2007

"É uma linguagem infantil. Conversamos assim com uma linguagem de crinças e no entanto dizemos coisas terríveis. O que há de terrivel no que dizemos, nao se vê no que dizemos, está onde? As palavras que dizemos dizem-no e explicam-no. Porque nao há outra forma de o dizer. Jogamos à cabra cega, apanhamos uma ideia e depois nao era essa. De vez enquando uma onde sobe, erguemo-nos na crista, gritamos QUE? COMO? É um clamor de loucos. nao quer dizer nada. mas é o único verdadeiro, o resto é o esfervilhar da espuma.É quando falamos, discutimos. Será tudo assim na vida? Tudo o que é fundamental? um combate surdo.
Multiplicamo-nos de razões para um lado e para outro, mas o cambate nao se decide ai. A certa altura damos conta de que tudo está resolvido. Entao temos todas as razões e ficamos muitos contentes como se realmente as tivessemos."

Sunday, August 12, 2007

A vida é tão promíscua. Compromete-nos com coisas para as quais nem sabíamos que nos podíamos comprometer. E nunca sabemos onde é que isso nos leva, onde é que nos levam as palavras, e acima de tudo, não sabemos para onde as levam os outros…e a tentativa morreu de tanto tentar…
A nossa ansiedade vem da necessidade induzida de nos querermos sentir parte da vida de alguém, querer vasculhar todos os pormenores e pertencer a essa vida mais do que à nossa…
Mas a lógica não deixa de ser corrosiva; mesmo sabendo que o fazemos custa a crer! Porque no fundo o que nos atormenta é mesmo a vida sem pertencer a algo de real e constante. A sensação de parecer escapar à realidade que custa trespassar. Que custa tanto levar de forma submissa e leal que se possa empurra-la ao fundo de nós mesmos e dos outros.
A única coisa que não muda são as lágrimas e a mesma sensação atroz de incapacidade de descrever o que quer que seja, quando no fundo só queríamos palavras para o fazer…”Sofremos sem elas, e sofremos tanto ou mais com elas”

Friday, July 27, 2007

Não há nada mais frustrante que ver o nosso destino diante dos olhos e senti-lo desaparecer, dissipar-se em pequenas moléculas e não conseguir fazer nada para o impedir. Estar presa a um orgulho e a uma arrogância que não é sua, mas que se apodera momentaneamente do corpo e da mente com ares de autoridade sobre nós! Parece que nos esmaga o coração com a brutalidade que nos quer impor! É por isso que não consigo ser feliz, porque tenho o coração esmagado...
E como se isso não bastasse ainda és perseguida pelas palavras que teimam em invadir a tua vida como se a dizer para não desistires…
O que fazer com um coração esmagado e palavras que perseguem?!

Tuesday, July 24, 2007

A vida sequestra-nos constantemente e nem sequer pede resgate....

Friday, July 20, 2007

Eugénio de Andrade

Passamos pelas coisas sem as ver,
gastos, como animais envelhecidos:
se alguém chama por nós não respondemos,
se alguém nos pede amor não estremecemos,
como frutos de sombra sem sabor,
vamos caindo ao chão, apodrecidos.
Hoje roubei todas as palavras do mundo....E cheguei ao pé de ti, sem nada para dizer!

O Sal da língua - Eugénio de Andrade

Escuta, escuta: tenho ainda
uma coisa a dizer.
Não é importante, eu sei, não vai
salvar o mundo, não mudará
a vida de ninguém - mas quem
é hoje capaz de salvar o mundo
ou apenas mudar o sentido
da vida de alguém?
Escuta-me, não te demoro.
É coisa pouca, como a chuvinha
que vem vindo devagar.
São três, quatro palavras, pouco
mais. Palavras que te quero confiar.
Para que não se extinga o seu lume,
o seu lume breve.
Palavras que muito amei,
que talvez ame ainda.
Elas são a casa, o sal da língua.

Before Night Falls



Sem querer acabei por encontrar um grande filme...:)
Johnny Deep no seu melhor....ou não! lol

Sunday, July 15, 2007



Fechas-me as palavras, Fechas-me a tua vida...
Mas eu ainda continuo aqui!!!!

Eugénio de Andrade

Não sei como vieste,
mas deve haver um caminho
para regressar da morte.
Estás sentada no jardim,
as mãos no regaço cheias de doçura,
os olhos pousados nas últimas rosas
dos grandes e calmos dias de setembro.
Que música escutas tão atentamente
que não dás por mim?
Que bosque, ou rio, ou mar?
Ou é dentro de ti
que tudo canta ainda?
Queria falar contigo,
dizer-te apenas que estou aqui,
mas tenho medo,
medo que toda a música cesse
e tu não possas mais olhar as rosas.
Medo de quebrar o fio
com que teces os dias sem memória.
Com que palavras
ou beijos ou lágrimas
se acordam os mortos sem os ferir,
sem os trazer a esta espuma negra
onde corpos e corpos se repetem,
parcimoniosamente, no meio de sombras?
Deixa-te estar assim,
ó cheia de doçura,
sentada, olhando as rosas,
e tão alheia
que nem dás por mim.

Monday, July 02, 2007

E tu estavas determinado a afastar-me! Tu atiraste com tudo fora. Seu louco! Desperdiçaste a única coisa verdadeira na tua vida! E na minha! Mas sabes que mais? Queres mesmo saber a verdade? A minha verdade? Mudei-me antes de ti! A força que me prendia a ti, foi a mesma força que anulou tudo o que existia, ou podia ter existido! És louco, e eu também, por te ver ir embora, por te deixar ir embora sem respostas às minhas perguntas…nunca resultou antes…porque haveria de resultar agora?!
As perguntas só serviam para eu me queixar ainda mais de ti, e eu não queria queixar-me mais!
As perguntas já não me aliviavam, cansei-me de as fazer antes de chegar a ti! As perguntas já não me serviam! E não te iriam servir a ti. Eu sabia-o mais do que admitia!
As perguntas já não eram a minha fuga para te dizer que estás errado!
Ao menos serviste para me dar uma lição, para me pôr no lugar!
E essa era a ultima coisa que faltava em mim!

Saturday, June 30, 2007


A vida é a contagem decrescente dos sonhos e hoje acabo de perder mais um.
Porque há sonhos que se perdem nas brumas da vida. Porque há sonhos que são apenas imaginação mas que nos atingem com a força da realidade. Porque há esperanças em vão, também há sonhos com vontade mas sem poder...impávidos perante aquilo que os rodeia....Estão fechados nunca caixinha. E eu via-me sair do meu corpo mais vezes do que queria. Eu via-me sonhar mais do que podia suportar…porque a lembrança tinha um impacto tão violento sobre mim que eu não podia conceber que fosse menos real menos verdadeiro e menos sentido que a própria vida!
E as palavras bloqueavam-se dentro de mim…antes de serem sentidas já eu as tentava pronunciar, antes de saber a tua resposta já eu tinha uma resposta por ti! Para me proteger das tuas palavras… mantinha em mim uma capa invisível que não me deixava nunca quebrar perante ti! E eu estava ali firme, naquilo que sentia e dizia-to sem o receio de ser rejeitada por ti…já não tinha mais ambição…só verdade e consequência!
...E eu não sei se é de felicidade ou contentamento o teu sorriso. Se são os dois num só, ou se fazes isso só para me provocar! Só para me testar, só para ver se caio na armadilha de me revelar! Só para ver até onde vão os meus limites!
Continuo sem saber desvendar, sem saber arrancar-te as palavras certas, ou talvez aquelas que queria ouvir! Mas haverá diferença?
Talvez elas não tenham de ser ditas por ti, provavelmente elas ficam melhor por dizer. Aquilo que não ter resolução, resolvido está! Mas porque é que os meus pensamentos não querem tomar o rumo das palavras?!
Sabes dizer me onde está o limite das coisas? Como se sabe que chegou a altura certa para avançar ou recuar, para lutar ou desistir! Como se sabe se devemos lutar por algo se não? E quando é altura de desistir porque já não vale mais a pena? Sabes dizer-me? Eu não consigo encontrar consenso dentro de mim....
E o nevoeiro que paira sobre mim não se quer levantar, não se quer dissipar…não me larga, está a minha volta e parece já ser parte de mim! Anda quando eu ando, pára quando eu paro, mas segue-me sempre! Cega me o entendimento! E eu só quero algumas respostas que acho justas, que acho necessárias…que esperaria definitivas…conclusivas! Mas elas não aparecem de modo nenhum, de tentativa nenhuma!
Arrancas-me toda a alma, e mesmo assim eu não morro…o meu corpo teima eu não me ceder esse alivio! E eu já me vi assim antes…só não sei porque é que a vida teima em manter os mesmos padrões comigo! Porque é que ela insiste sempre em levar-me por um caminho que já sei de cor e salteado, que já não me surpreende mas que me consegue sempre arrancar mais um bocadinho que eu já nem sequer sabia que tinha!

Friday, June 29, 2007

Monday, June 25, 2007


E eu esperava de ti o que nunca poderia alcançar
Eu esperava de ti uma confissão, uma palavra, uma só palavra que me fizesse desabrochar do meu imenso adormecimento perante quem sou, perante a vida. É como se no momento anterior te sentisse aqui, junto de mim, mais perto que nunca, mais quente que nunca, mais ligados que nunca e depois já não estas….Já foste embora, já partiste antes que eu pudesse reter o teu cheiro, antes que pudesse levar comigo um bocadinho de ti, da tua alma…
E quando dei por isso já nada de ti restava….Só a recordação como se fosse uma suave e doce ilusão de nos dois perpetuada na eterna utopia da realidade. Porque a realidade me mentia, me fazia ver coisas que não existam, que não estavam lá.
Foi ai que eu vi, como nunca antes tinha visto a vida… Finalmente percebi que vivi a vida toda atrás de coisas que não eram verdade, atrás de sonhos, devaneios, de uma ligeira sensação de felicidade e liberdade que se amontoavam em mim só para ver quem era a primeira a chegar e com o mesmo impacto que chegava, da mesma maneira brusca e repentina, ia embora…quase que fugia como se estivesse viva e fizesse troça de mim, como se soubesse o que eu queria e não me deixasse pega-lo…uma única vez!
E cada vez fui ficando mais vazia, mais seca de sentimentos, sem vontade de me aproximar de ti, sem saber como o fazer.
E tu fugias da minha incerteza, da minha impulsividade, da minha insegurança…sem que eu me apercebesse…
Sempre achei que eras tu que precisavas de mim, quando afinal era eu que visualizava a perfeição onde ela menos existia….em mim e em ti, em nós os dois juntos!
E eu permanecia assim….sem saber o que ao certo me levava a ti…sem saber que elo de ligação tinha contigo, mas com a necessidade de te ter, mais do que tudo, de te querer e de querer que me quisesses.
E enquanto eu definhava tu vivias….tu conversavas, tu divertias te, tu vivias com uma intensidade louca de prazer, e eu ficava à espera de ti…a espera de um milagre que te fizesse ver que mais tarde ou mais cedo essa vida acabaria por não te servir, e tu virias ter comigo…
Enquanto eu te deixava viver livre e sem a mínima percepção da minha existência, enquanto eu me escondia, para que não soubesses de mim, numa tentativa frustrada para que quisesses saber de mim…tu avançavas…tu não querias saber…
E eu vivia num remoinho de nós… numa ideia preconcebida, num filme que tracei que dirigi e que montei, todo só para poder descrever aquilo que te queria dizer. Ao mesmo tempo respondia por ti, respondia aquilo que queria que me dissesses…e isso apesar de parecer esquizofrenia era o que me mantinha lúcida…mas agora….agora já não resta nada. Libertei-me de tudo isto para viver...a espera terminou aqui!

Saturday, June 23, 2007


Quero gastar o tempo de tanto falar contigo
Quero bloquear o tempo de tanto descobrir contigo
Quero chatear o tempo até a exaustão de estar contigo
Quero parar o tempo de tanto querer ficar assim

Thursday, June 21, 2007

"It was one of those days when it's a minute away from snowing and there's this electricity in the air, you can almost hear it. And this bag was, like, dancing with me. Like a little kid begging me to play with it. For fifteen minutes. And that's the day I realise there was this entire life behind things, and... this incredibly benevolent force, that wanted me to know there was no reason to be afraid, ever. Video's a poor excuse, I know. But it helps me remember... and I need to remember... Sometimes there's so much beauty in the world I feel like I can't take it, like my heart's going to give in."

Sunday, June 17, 2007

- Sabes qual é o problema do amor? É a relatividade de sentimentos e de sensações, que nunca levamos a sério! Damos sempre algo por adquirido em comum, quando os sentimentos e sensações são só e apenas nossos e nao dos outros! Nós só vemos as coisas pelos nossos olhos, esquecemos que os outros também têm as suas perspectivas, os seus ângulos de visão! E isso muda tudo! Muda o rumo dos acontecimentos! Muda as palavras, muda os sentimentos, muda as razoes e o próprio olhar!!!
É dai que nasce a ilusão!!! Pensamos que determinada palavra tem determinado significado, mas depois não tem! Pensamos melhor e chegamos á conclusão que provavelmente não tinha significado nenhum!
As coisas mudam tão rapidamente! As pessoas mudam tão rapidamente!
Somos todos como estrelas cintilantes, que num momento brilhamos com uma intensidade tremenda, mas no outro, deixamos que essa luz desapareça!
Deixamos nos caminhar para um beco sem saída! Mas nunca conciliamos a hipótese de voltar para trás e recomeçar tudo de novo!

Deito-me neste estado deplorável em corpo e mente, na esperança de que amanhã me levante sacudida de tudo isto! Livre de todo este ardor, todo este mal estar, toda esta podridão espiritual em que me encontro! Na esperança que o mundo amanhã se revele mais limpo, mais fácil de ver, mais fácil de enfrentar e de viver!

Saturday, June 09, 2007

Odeio que olhes assim
Odeio que me largues primeiro
Odeio que me ignores
Odeio que não reajas
Odeio que resistas
Odeio a tua insegurança. Ou será a minha?
Odeio não saber
Odeio que te afastes
Odeio que nao me respondas
Odeio que não me digas o que pensas
Odeio pensar que pensas o pior
Odeio pensar que estou certa
Amo te

Thursday, June 07, 2007

Afinal nao trocamos nada

Trocamos apenas dez palavras, novo se contarmos que a primeira não era para mim, oito se contarmos que a resposta que te dei não contou porque a pergunta não era para mim, sete se dissermos que não contavas que eu te respondesse, seis se eu não pensasse que não me ouvias, cinco se tu não tivesses de saída e eu não tivesse perdido as ultimas quatro palavras que disseste, três porque tu não chegaste a perceber duas palavras que eu disse, uma porque nenhum de nós queria saber do resto das palavras …Mas se formos rigorosos, zero, foram as palavras que trocamos…

- Do que é que tens medo?
- Do tédio, que se instale o faz de conta que sou feliz, por isso vou deixar-me estar. Que as aparências me levem a estar contigo porque todos os outros estão com alguém. A rotina leva-nos sempre onde quer..
Vemos todos aos pares e queremos ser assim também...Capazes de conservar o amor, capazes de consumir o desejo...E eu dou por mim, sem desejo ou ansiedade...sem algo a que me agarrar...Aliás com repudio ao desejo, com espécie da necessidade de ter desejo...

Milhares de segundos


Estou ancorada….em metamorfoses de sonhos, de ideias, metamorfoses de vidas, de lugares, de figuras, metamorfoses do tempo, metamorfoses de corpos, de mim e de ti...transformados, modificados, despedaçados, mutilados.
Somos ruínas de nos mesmos, quebramos, partimos, mas há sempre algum consolo na despedida. A própria despedida…ela tem sinais de despedida, ela cheira a despedida, ela olha a despedida….podes não saber que é a ultima vez, mas se encontrares uma despedida, vais reconhece-la onde quer que seja com quem quer que seja…
Mas existe sempre aquele sitio em que nao nos sentimos sozinhos, nem que seja por um segundo...e nao me apetece sair de la agora por nada :(( Nao me apetece avançar no tempo. Nao me apetece viver mais, so para continuar aqui...so para poder sentir isto. Agarrar me a isto como tu me agarras a mim! Como eu queria que tu te agarrasses a mim :(Como eu queria que tu sentisses o mesmo...compreendesses o mesmo...que só precisasses de olhar como eu olho e perceber o que eu vejo! Como se a perfeição se atingisse num olhar, num toque....na intensidade de um olhar, na intensidade de um toque...Como se tudo se realizasse ai...no sitio em que eu me sinto em casa!
Puf...e ja desapareceu no ar...aquele segundo :/

Friday, May 18, 2007

Thursday, March 22, 2007

Wednesday, March 07, 2007

Quando exsite democracia é porque existe alternativa. E quando não há alternativa há fascismo...E naquele caso era precisamente do que se tratava. A vida não lhe apresentava alternativas...A vida nao lhe apresentava saídas....nada que lhe pudesse oferecer garantias. A vida transformou-se numa prisão, da qual não havia meio de sair, ecurralada na sua propria armadilha, no seu pórprio esquema, na sua própria teia, nao havia maneira de a quebrar...e ela sabia, porque foi ela que a construiu para ser assim, para ser indestrutivel, para ser inquebrável...

Preciso de uma fusão...
De uma fusão das ideias com a lucidez...
Do querer e do agir...
Da aventura e da consciência...
Da mente com o coração...
Preciso de consenso, de unanimidade, de união, de organização...
De uma vontade desmedida de realizar algo, sem porques sem dúvidas, sem contratempos...
Sem impecilhos nem abrandamentos, sem rotura e sem imposições....
Tudo isto me parece brutal, tudo isto me transcende...tudo isto me anula, tudo isto me desfaz...e me deixa pequenina, mais e mais pequenina, num buraco pequeno e escuro...
Fecho os olhos para nao ver o que me rodeia, fecho-me dentro de mim para ninguem me ver...quero ficar assim para sempre, quero ser invisível, quero ser uma sombra...

Thursday, March 01, 2007

Agarra me!

Não sei se é bom se é mau estar entranhada no teu coração! Por um lado é bom, porque gosto da tua companhia, por outro lado é mau, porque nunca sei o que sentes, não é seguro pertencer ao coração de alguem que quer voar e ser livre de tudo e de todos! é como se ja nao soubesse mais a minha posição no teu circulo, que gira gira e eu nao sei se serei a próxima a ser escolhida para entrar ou para sair.
"Deviamos ter um coração mudo e um cérebro surdo."

Wednesday, February 28, 2007

?

É verdade que a vida tem dias belos, quase perfeitos! Como se a vida fosse só aquele momento imperdível, interminável. E nenhum pensamento o pode quebrar, estragar. Mas depois há sempre o amanha e milhares de escolhas a tomar, porque tu podes querer abrandar, mas a vida não te dá hipóteses. Se paras, se não acompanhas os outros paras a própria vida e deixas de viver. Se dás menos de ti és excluída. E no fim levamos da vida o que a vida leva de nós…Nada. Tiram-nos a dignidade, o orgulho, a razão de ser, e nós agarramo-nos á indiferença, porque é a única que resta. Quando vamos na rua o que é que as pessoas nos transmitem? Indiferença! E no nosso próprio olhar eles também a recebem. Os que olham porque os que não olham ainda são piores.
É verdade! Só tiras da vida aquilo que a vida leva de ti….A juventude. As idades da vida não se passam por alto, ou se vivem ou ficam por viver!

Um pouco de...

O dever e o sonho...


"Ouve-se dizer, o flirt, que mal tem? E um jogo! Que mal tem? Nao sera talvez perder o tempo da juventude em conversas doentias e embaciar a flor dos sentimentos numa atmosfera de sensualidade tanto mais perigosa quanto cheia de blandicia? Sera talvez um jogo caminhar pela orla do precipicio, pelo simples gosto de sentir vertigens? A paixao e bastante forte para nos perseguir, para que ir lhe ao encontro. " " Mas nao sabes que o tempo das violetas ja passou, se nao foi tempo lendario como as idades mitologicas? Agora as violetas morrem debaixo das folhas, florzinhas inuteis, perfumes perdidos. Nao pretendo ser violeta, mas quantas raparigas boas nao dormem na sombra esquecidas e tristes, como plantas sem sol, enquanto outras se casam, sabe Deus com que dano para a felicidade conjugal! A fala de Dina saia eloquente (...) eu creio que os encontros com pessoas que talvez decidam do nosso futuro nao dependem como parece do acaso, mas da nossa disposicao interior. As violetas voltando a nossa comparacao fenecem sem ser colhidas porque ocultas. Estivessem elas a vista e verias se nao colheriam. Mas quem realmente prefere violetas sabe onde procura-las, descobre-as e nao se deixa seduzir da mais aberta das rosas. Se se cai no perigo e porque se ama o perigo. Isto a respeito dos homens. As raparigas serias, que nao encontram marido, nao o encontram porque nao querem, porque fogem da caca ao homem, porque afastam sem dar por isso os pretendentes vulgares! O seu porte rejeita involuntariamente a corte, o flirt, aquelas aproximacoes mistas de curiosidade e seducao que prejudicam tantos matrimonios. Por isso, que admiracao se nem sequer veem cortejadores. As borboletas rodopiam a volta das candeias, nao em volta das estrelas. Dina suspirou e disse, A teoria e consolante mas olha minha incorrigivel sonhadora, olha que da vontade de ser candeia. " " Olha, disse, levantando-me porque o sol desaparecia e so mostrava uma pequena unha vermelha por detras das cristas dos montes, olha Dina, eu julgo que quando temos um desejo justo, nao nos falta tambem a possibilidade de realiza-lo, tanto mais se ultrapassa o simples desejo de ser uma inclinacao direi mesmo, uma vocacao. Cedo ou tarde, ha de transformar-nos no que verdadeiramente queremos ser ou naquilo para que fomos chamados. Sentes te chamada a ser esposa e mae? Pois bem, seras esposa e mae. Tudo esta no saber esperar. O que nos arruina e a pressa. Dante diz que o tempo e justo e sapiente, domador de todas as coisas! (...) E creio que toda a vocacao honesta atingira a sua execucao se nos nao a empecilharmos com a ma vontade. Ainda te digo mais. Tenho para mim, que as almas de alguma maneira se atraem. Como na leitura encontramos so aquilo que procuramos, ou aquilo que responde a nossa necessidade interior, assim tambem atraimos e somos atraidos por aquelas pessoas que tem afinidade espiritual connosco."