Tive na mira do destino errado, num lugar em que a realidade é comandada pela marcha.
Tive a eternidade estampada no rosto e nao pude tocar-lhe, estender-lhe a mão. Sou alvo de uma expropriação forçada, a ter de aceitar uma decisão que me prende os movimentos, que me limita a voz, que me tolda o discernimento.
Só existem dias crueis e noites frias aqui dentro! Nada mais do que isto...
Lançei-me às feras de livre vontade, mas soube sair a tempo de resgatar a vida, que eu achava nao ser a minha. Mas era toda ela, afinal, o que eu queria. Eu fui e vi, mas regressei, porque não sei viver de costas. Não fui capaz de viver com a ausência injustificada, com a rendição de movimentos, com a firmeza das decisões, com passos
que me afastavam cada vez mais da razão, da vontade, da liberdade...QUERO SAIR....Eu fui e vi! Para mim basta saber isso, e perceber que o meu lugar não é aqui!
Saída de mim, nao sou mais do que um mero projectil, que vai onde lhe mandam. Desprendi-me do movimento contínuo, da dor psicológica, para me prender ao incerto e ao prazer fugaz...mas QUERO SAIR!! Continuo a querer sair, porque a dor é a mesma cá fora, mas é insuportável lá dentro!! E eu prefiro vive-la cá fora, onde pertenço, onde ainda me sei encaixar...onde ainda posso esperar por alguma coisa.
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