Friday, July 27, 2007

Não há nada mais frustrante que ver o nosso destino diante dos olhos e senti-lo desaparecer, dissipar-se em pequenas moléculas e não conseguir fazer nada para o impedir. Estar presa a um orgulho e a uma arrogância que não é sua, mas que se apodera momentaneamente do corpo e da mente com ares de autoridade sobre nós! Parece que nos esmaga o coração com a brutalidade que nos quer impor! É por isso que não consigo ser feliz, porque tenho o coração esmagado...
E como se isso não bastasse ainda és perseguida pelas palavras que teimam em invadir a tua vida como se a dizer para não desistires…
O que fazer com um coração esmagado e palavras que perseguem?!

Tuesday, July 24, 2007

A vida sequestra-nos constantemente e nem sequer pede resgate....

Friday, July 20, 2007

Eugénio de Andrade

Passamos pelas coisas sem as ver,
gastos, como animais envelhecidos:
se alguém chama por nós não respondemos,
se alguém nos pede amor não estremecemos,
como frutos de sombra sem sabor,
vamos caindo ao chão, apodrecidos.
Hoje roubei todas as palavras do mundo....E cheguei ao pé de ti, sem nada para dizer!

O Sal da língua - Eugénio de Andrade

Escuta, escuta: tenho ainda
uma coisa a dizer.
Não é importante, eu sei, não vai
salvar o mundo, não mudará
a vida de ninguém - mas quem
é hoje capaz de salvar o mundo
ou apenas mudar o sentido
da vida de alguém?
Escuta-me, não te demoro.
É coisa pouca, como a chuvinha
que vem vindo devagar.
São três, quatro palavras, pouco
mais. Palavras que te quero confiar.
Para que não se extinga o seu lume,
o seu lume breve.
Palavras que muito amei,
que talvez ame ainda.
Elas são a casa, o sal da língua.

Before Night Falls



Sem querer acabei por encontrar um grande filme...:)
Johnny Deep no seu melhor....ou não! lol

Sunday, July 15, 2007



Fechas-me as palavras, Fechas-me a tua vida...
Mas eu ainda continuo aqui!!!!

Eugénio de Andrade

Não sei como vieste,
mas deve haver um caminho
para regressar da morte.
Estás sentada no jardim,
as mãos no regaço cheias de doçura,
os olhos pousados nas últimas rosas
dos grandes e calmos dias de setembro.
Que música escutas tão atentamente
que não dás por mim?
Que bosque, ou rio, ou mar?
Ou é dentro de ti
que tudo canta ainda?
Queria falar contigo,
dizer-te apenas que estou aqui,
mas tenho medo,
medo que toda a música cesse
e tu não possas mais olhar as rosas.
Medo de quebrar o fio
com que teces os dias sem memória.
Com que palavras
ou beijos ou lágrimas
se acordam os mortos sem os ferir,
sem os trazer a esta espuma negra
onde corpos e corpos se repetem,
parcimoniosamente, no meio de sombras?
Deixa-te estar assim,
ó cheia de doçura,
sentada, olhando as rosas,
e tão alheia
que nem dás por mim.

Monday, July 02, 2007

E tu estavas determinado a afastar-me! Tu atiraste com tudo fora. Seu louco! Desperdiçaste a única coisa verdadeira na tua vida! E na minha! Mas sabes que mais? Queres mesmo saber a verdade? A minha verdade? Mudei-me antes de ti! A força que me prendia a ti, foi a mesma força que anulou tudo o que existia, ou podia ter existido! És louco, e eu também, por te ver ir embora, por te deixar ir embora sem respostas às minhas perguntas…nunca resultou antes…porque haveria de resultar agora?!
As perguntas só serviam para eu me queixar ainda mais de ti, e eu não queria queixar-me mais!
As perguntas já não me aliviavam, cansei-me de as fazer antes de chegar a ti! As perguntas já não me serviam! E não te iriam servir a ti. Eu sabia-o mais do que admitia!
As perguntas já não eram a minha fuga para te dizer que estás errado!
Ao menos serviste para me dar uma lição, para me pôr no lugar!
E essa era a ultima coisa que faltava em mim!