" As vezes e so vento a rodopiar nas arvores, outras vezes e como se fosse musica, que te deixara a dancar ao vento desafinando com a voz certas tempestades. Chegaras as margens do rio onde escorre a vida e voltaras; eu cheguei ao fundo da garrafa onde se prendeu um raio de sol e outro de tempestade e a minha maldicao perdeu o nome. Por isso, no fundo, so queria arrancar de tudo isto uma historia para te contar, mas nao ha moral da historia. O que te hei de dizer, entao, meu filho, para te educar? A vida nao tem moral da historia. A coragem pode abrir-te todas as janelas... Mas ao vento dancarao passos cuja dor, na maioria das vezes te parecera tua; E nessa altura que pressentiras a leve (e por vezes breve) presenca do amor e talvez possas ser amado, ou talvez fiques apenas na possessao, quando a alma atravessar as linhas da frente, linhas de batalha da carne... O medo pode fechar-te todas as portas. A vida e como um coro de tragedia a mover-se com expressoes de comedia. As vezes de tanto morder as margens (da vida ou do rio, qual a diferenca?) arranham-se as maos, os nomes e as almas somem-se, fica o esboco daquilo que poderia ter sido um homem e morreu na sombra, as vezes todas as setas te trespassam quando ja nem eram precisas setas para te sentires ultrapassado. Mas eu sei que quando agarrares a tua alma, pedaco de luz e sombra, contra o teu proprio peito, poderas ser amado, e mais, poderas amar, e isso e a coisa que faz o vento a rodopiar nas arvores parecer musica. Nao te deixes chegar ao ponto em que seja so vento a espantar a alma por dentro... O resto filho, nao te sei explicar, sempre me pareceu ser...e... e puramente Homero! Coisas que acontecem com uma Troia la dentro,percebes?"
Tuesday, April 25, 2006
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